O DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, com base no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-DIEESE), apresentou o balanço das negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2017.

Neste estudo, foram analisados os reajustes de 300 unidades de negociação de empresas privadas e estatais dos setores da Indústria, do Comércio e dos Serviços em todo o território nacional.

Os dados revelam mudança no quadro de queda do percentual de reajustes acima da inflação observada nos últimos dois anos.

No primeiro semestre de 2017, cerca de 60% dos reajustes resultaram em aumentos reais, 30% tiveram reajustes em valor igual à inflação e 10% registraram perdas salariais, tomando-se por referência a variação do INPC-IBGE em cada data-base.

Os reajustes com ganhos reais se concentraram na faixa de até 0,5 ponto percentual acima da inflação. Foram observados reajustes iguais à inflação em 30% das negociações analisadas. Já os reajustes com perdas reais correspondem a 10%. Mais da metade destes resultou em perdas de até 0,5 ponto percentual abaixo da inflação.
A variação real média dos reajustes no primeiro semestre de 2017 foi de 0,32%, voltando a ser positiva após a perda real média observada em 2016.

Reajustes salariais por data-base

Ao se observar a progressão da distribuição dos reajustes no primeiro semestre é possível notar que ao longo dos meses a proporção de reajustes acima da inflação aumentou paulatinamente, com exceção de abril. Em janeiro, quase 42% das negociações tiveram aumento real, enquanto em junho o percentual foi de 80%.

Os reajustes abaixo da inflação tiveram queda sistemática ao longo do primeiro semestre. Além disso, houve no período analisado queda das negociações com reajustes iguais aos índices inflacionários.

Reajustes salariais por setores econômicos

O maior percentual de reajustes acima da inflação entre os setores econômicos foi observado nos serviços, setor em que cerca de 68% de reajustes resultaram em ganhos reais.

Praticamente 10% das negociações tiveram reajuste abaixo da inflação e em 22% o reajuste foi em valor igual à inflação.

Cerca de 58% dos reajustes do Comércio resultaram em ganhos reais, 37% das negociações registraram reajustes com valor igual à inflação e praticamente 5% das negociações tiveram perda, a menor proporção entre os setores.

Na Indústria, pouco mais de 51% dos reajustes ficaram acima da inflação, cerca de 37% foram iguais à inflação e 12% das negociações não repuseram as perdas inflacionárias.

Leia o balanço completo em:
https://www.dieese.org.br/balancodosreajustes/2017/estPesq85BalancoReajustes1Semestre2017.html