Bancários e bancárias de todo o país realizaram, nesta quinta-feira (12), manifestações em agências do banco Bradesco para protestar contra as demissões realizadas pelo banco. O Sintraf-JF realizou nesta manhã um ato em frente a uma agência do Bradesco no centro da cidade. Com falas, faixa e cartazes os dirigentes denunciaram as 19 demissões ocorridas durante a pandemia na base do sindicato.
A ação faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e sindicatos dxs bancárixs, que denunciam a quebra do compromisso de não realizar demissões durante a pandemia, assumido pelo banco e pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário. O Bradesco descumpriu o acordo e já demitiu este ano mais de 1.800 trabalhadorxs, de acordo com cálculos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco.
O diretor do Sintraf-JF e funcionário do Bradesco, João Hilário Neto, reafirma a necessidade de denunciar as demissões injustas que o banco vem realizando neste período crítico que vivemos com a pandemia de Coronavírus. Neto frisou que o banco está demitindo até mesmo funcionários que não poderiam ser demitidos por questões de adoecimento, estabilidades, funcionárias gestantes. Ele ainda ressaltou o empenho da entidade em lutar para defender os empregos, reverter as demissões e orientar os bancários.
Também integrante da diretoria do Sintraf-JF e funcionária do Bradesco, Joyce Delgado, reforça: “Apesar de assumirmos a linha de frente no banco em meio a uma pandemia e contribuir para os bancos lucrarem, estamos sentindo na pele o que é ser descartado. Querem empurrar a todo custo a digitalização nos clientes que ainda necessitam do atendimento presencial. Prova disso são as filas inesgotáveis nas agências todos os dias. Nunca trabalhamos tanto como nos dias de hoje. Temos que conviver com redução nos quadros e sobrecarrega de trabalho, o que faz piorar o adoecimento da categoria. E ainda convivemos com uma enorme falta de respeito e tensão de ser surpreendido com uma ligação ou um telegrama para comunicar um desligamento.”.
A bancária ainda indaga e complementa: “Como prestar um bom atendimento se não valorizam o seu quadro de funcionários? Gestores fecham os olhos para a pandemia, tratam protocolos de saúde como ‘folga’, ironizam de um cenário lamentável. A categoria trabalha com medo, sob tensão e altas metas.”.
O movimento sindical já havia realizado uma manifestação em outubro e para novembro outras mobilizações estão previstas. Na quarta-feira (11), o protesto foi realizado via um tuitaço nacional às 11 horas. As hashtag #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite figuraram entre os assuntos mais comentados do Twitter durante a manhã.
O Sintarf-JF publicou no mês passado uma matéria com orientações sobre como proceder em caso de desligamento, orientações iniciais e contato dos advogados credenciados para acompanhamento jurídico.
Fonte: Sintraf-JF