No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais – Fetrafi-MG/CUT – ressalta a luta e a força de tantas mulheres que fazem a diferença na luta sindical dos trabalhadores e das trabalhadoras.
O trabalho diário de cada uma em sua base é o que faz com que as mulheres hoje estejam em cargos antes reservados apenas aos homens. Ainda que muitas desigualdades persistam, avanços também são reais e a mulher hoje é ouvida e respeitada.
Magaly Fagundes, a frente da Fetrafi- MG/CUT desde seu início, resume bem essa missão e responsabilidade: “Ser a primeira mulher a presidir a Federação dos Bancários de Minas Gerais, me deixa muito orgulhosa. A luta da mulher se trava em varias frentes, na luta por igualdade de direitos, melhores condições de trabalho, igualdade nos salários, combate ao assédio sexual e moral. Estar em representações que empoderam as mulheres é uma luta constante, uma vez que somos minoria nas direções de entidades sindicais, nas Assembleias Legislativas e no Congresso”, afirma.
Eliana Brasil, presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, já em seu segundo mandato, fala sobre a falta de reconhecimento da mulher, em várias áreas. Ela cita, por ex, o prêmio Nobel de Medicina que, segundo um levantamento recente, tem um número ínfimo de mulheres em comparação com os homens. “Isso demonstra que a discriminação contra as mulheres acontece em todo o mundo, não só no Brasil. A médica que fez o primeiro transplante de medula, por ex, nunca foi premiada. Isso exemplifica essa distorção em todos os setores”, diz .
Elizete Aparecida de Almeida Borela, primeira mulher eleita presidenta do Sindicato dos Bancários de Cataguases, na Zona da Mata, diz que as mulheres já conseguiram grandes avanços, mas têm muita luta pela frente e o preconceito continua grande. “A conquista mais importante, a meu ver, é a liberdade de escolha. A mulher não se vê mais forçada (como no tempo de minha mãe) a casar e ter filhos, ela decide o que quer e a partir daí começa a sua luta por mais mudanças”.
A Secretária de Políticas Sociais da Fetrafi-MG/CUT, Tereza Cristina Freitas, destaca que o dia de hoje é “uma data importante de conscientização, de mobilização e de luta no combate às desigualdades de gênero de toda a sociedade brasileira, em busca de um país mais justo e igualitário”.
Lara Peres, Secretária da Mulher Trabalhadora da Fetrafi-MG/CUT, acredita que há muito o que se comemorar neste dia dedicado às mulheres: “Há pouco tempo, não podíamos saber ler, quem diria estudar; não podíamos frequentar a parte da frente das casas, (nos era reservado a cozinha e áreas de serviço) e nem sonhávamos em poder votar, tudo era privilégio masculino. Essas são apenas algumas modificações que conseguimos efetuar no comportamento coletivo. E hoje, já somos maioria nas faculdades e no mercado de trabalho, mas ainda nos é negado o poder, não ocupamos cargos de chefia e nossos salários são menores que os dos homens, por puro machismo. Entretanto, acredito que esses e muitos outros comportamentos que nos prejudicam serão mudados com a persistência e competência feminina”, afirma.
A Secretária de Juventude da Fetrafi-MG/CUT, Bianca Damasceno, lembra a absurda violência contra a mulher no Brasil e diz que muita coisa tem que mudar: “Somente leis especificas contra a violência a mulher não garantem as devidas punições aos agressores e as leis ainda são extremamente falhas e fracas. As estatísticas mostram que uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, ou seja, uma média de 12 mulheres são mortas por dia em nosso país. O Brasil tem a 5ª maior taxa de feminicídio do mundo. E basta olhar nossas estatísticas para ver que a taxa de violência contra a mulher vem crescendo nos últimos anos”.
Águida Nascimento, Diretora Executiva da Fetrafi-MG/CUT, destaca que “as mulheres estão sempre avançando em suas conquistas, como a licença maternidade de seis meses, vacinação contra o HPV, acesso ao Diu e tantas outras. E vão galgando mais cargos como executivas. Vamos avante sem perder a delicadeza da essência feminina”.
A Diretora Executiva da Fetrafi-MG/CUT, Marilene Gualberto, diz que “a luta por direitos e igualdade enfrentada pela mulher trabalhadora é extremamente importante, do ponto de vista do bem estar da nossa sociedade, considerando que milhões de famílias hoje são chefiadas por mulheres. O caminho é longo para que cheguemos a ter os mesmos direitos dos homens e uma das metas que precisamos atingir é: ampliação das oportunidades de treinamento e acesso a postos de trabalho mais bem remunerados e de maior responsabilidade hierárquica”.
Helyany Gomes, Secretaria de Saúde da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais, lembra as lutas ainda a serem vencidas: “Ainda se faz necessário o enfretamento para a busca de maior igualdade de oportunidades, a diferença salarial, os assédios moral e sexual e a ascensão profissional”.
E Marlene Tomé de Souza, Secretária Geral da Fetrafi-MG/CUT, finaliza lembrando que a luta é diária e se faz nas ruas: “Dia 8 de março é dia de levarmos nossas lutas para a rua, juntando nossas vozes contra os retrocessos sociais e políticos, que nos têm sido impostos por um governo ilegítimo. Avançamos bastante, mas ainda há muito a ser conquistado. Precisamos garantir a democracia, lutar pela justiça que está sendo brutalmente violada e principalmente conquistar a igualdade social”.
A Fetrafi-MG/CUT almeja que o dia de hoje seja de reflexão para homens e mulheres, de que a igualdade de gêneros é um caminho único. Não há mais espaço para diferenças nessa área. Competências e força têm que ser somadas, jamais comparadas ou diminuídas. Cada um com ênfase em suas habilidades e talentos, mas todos unidos na busca por uma sociedade mais justa, igualitária e humana.