Em todo o Brasil a categoria bancária se une nesta quinta-feira (15) em protesto contra as demissões em massa promovidas pelos bancos Santander, Itaú e Bradesco em plena pandemia da Covid-19. Mesmo lucrando bilhões em meio à maior crise sanitária da história da humanidade os bancos realizam desligamentos de funcionárixs pelos quatro cantos do Brasil – desamparando milhares de famílias.
Para defender o emprego, alertar clientes e usuários e pressionar as instituições bancárias para a negociação, a Contraf-CUT e entidades representativas de todo o país realizam o Dia Nacional de Luta Contra Demissões nos bancos Santander, Itaú e Bradesco.
Em Belo Horizonte, o Dia de Luta começou com um protesto em frente à agência do Bradesco localizada entre as ruas da Bahia e Goiás, no centro da capital mineira.
A presidenta da Fetrafi-MG e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes, relata que de acordo com comunicado divulgado pelo banco no final do mês passado as demissões irão prosseguir em todo o país até novembro. De acordo com um levantamento das entidades 418 funcionárixs já haviam sido dispensados no dia 8 de outubro. Menos de uma semana depois, no dia 14 de outubro esse número já havia chegado a 536. Na manhã desta quinta-feira (15) o total de demitidxs ultrapassou 800 funcionárixs.
“O Bradesco se negou a interromper o processo de demissões durante a reunião que tivemos no final da semana passada. Acreditamos que existam outros caminhos para contornar as demissões nesse momento tão difícil que o Brasil e restante do mundo passam, mas o banco simplesmente nega o debate”, afirma a dirigente nacional da categoria. Ela alerta que mesmo mantendo as homologações das rescisões nas entidades sindicais, o número trabalhadorxs demitidos deve ser ainda maior.
O diretor do Seeb-BH e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wagner Ribeiro, afirma que o processo de demissão na base da Fetrafi-MG se agravou no último período. No caso do Santander, como as homologações dos desligamentos não acontecem nos sindicatos é ainda mais difícil ter um panorama claro.
“Essa situação é muito delicada. Várixs bancárixs foram demitidxs através de contato telefônico. As demissões não param. Todo dia recebemos informações sobre novos desligamentos. É muito importante a categoria estar unificada nesse momento para mostrar tanto para fincionárixs, como para a sociedade em geral a importância de se manter o emprego nessa crise sanitária e econômica”, afirma Wagner.
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valdenia Ferreira, enfatiza que apesar de usarem uma imagem publicitária voltada para questão da responsabilidade social, os bancos agem de outra forma. “Os bancos fazem campanha dizendo que doaram milhões para o combate à pandemia, mas estão demitindo em massa. Queremos saber qual é o papel social dos bancos hoje em relação aos seus funcionários e às suas funcionárias”, questiona.
Da redação da Fetrafi-MG