Funcionárixs do Banco Itaú se reuniram virtualmente na última quarta-feira (1º/7) para debater a minuta de reivindicações dxs trabalhadorxs no estado de Minas Gerais. A presidenta da Fetrafi-MG, Magaly Fagundes, fez uma fala de abertura sobre a conjuntura nacional diante do cenário de pandemia da Covid-19. A dirigente estadual ressaltou a importância da realização do encontro do Banco Itaú e demais bancos privados no processo de construção de uma minuta de reivindicações e da pauta da categoria.

 

O coordenador da COE Itaú e presidente eleito do Seeb-BH, Ramon Perez, fez uma breve saudação axs participantes do encontro e passou a palavra para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Gustavo Cavarzan.

 

Ele fez uma explanação sobre o resultado dos bancos, com foco principalmente no Itaú, considerando o panorama da pandemia. Segundo o técnico do Dieese, mesmo diante do cenário de crise os bancos privados têm tido desempenho favorável – mesmo diante da perspectiva de uma diminuição nos lucros, em função do aumento do aprovisionamento para liquidação de créditos duvidosos.

 

O economista explicou que a percepção é de aumento do risco e isso deve trazer um lucro contábil mais baixo em relação a 2019, embora na prática, o que ocorre é um enxugamento das operações por aversão ao risco de inadimplência, tendo como base a visão de que o cenário econômico pós-pandemia será muito ruim, com desemprego em alta e as pessoas sem dinheiro para quitar as suas obrigações.

 

Ramon Perez apresentou uma pesquisa sobre o teletrabalho entre xs funcionárixs Itaú. O resultado da pesquisa foi, até certo ponto, surpreendente, já que a visão dos funcionários em relação ao home office se mostrou positiva, no geral.

 

O técnico do Dieese informou que a pesquisa deve ser refeita em alguns meses, caso o esquema de teletrabalho perdure. Ele explicou que alguns registros sobre a modalidade indicam uma tendência na percepção do trabalhador e da trabalhadora sobre o home office. As pessoas inicialmente valorizam muito essa modalidade de trabalho, mas com o tempo essa opinião vai se desgastando com percepção mais negativa.

 

Participações

 

A diretora de Saúde do Seeb-BH, Luciana Duarte Luciana Duarte chamou a atenção para questão do adoecimento psíquico que pode vir em decorrência dos traumas e situações de estresse próprios da pandemia.

 

Xs demais participantes fizeram falas relacionadas às condições de trabalho; sobre como que deve ser a condução da negociação e as dificuldades de atuação do Sindicato caso haja a consolidação do home office.

 

Antônio Márcio, dirigente do Sindicato de Divinópolis, salientou que é necessário focar a questão da manutenção de emprego. Para ele a negociação vai ser muito dura, já que os banqueiros indicam disposição de reduzir direitos e de não favorecer uma negociação que traga ganhos para a categoria.