A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG/CUT) e os sindicatos associados avançaram nas negociações e conseguiram uma proposta do Sindicato das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos do Estado de Minas Gerais (Sincrefi) com reajuste de 5% nos salários e todas as cláusulas de natureza econômica, inclusive PLR, que representa 1% de aumento real.

Os financiários de Minas Gerais também garantiram o abono-assiduidade – uma reivindicação antiga que representa um dia de folga remunerada por ano – parcelamento de adiantamento de férias em até três vezes, vale cultura, caso o governo retome o programa, flexibilização do horário de almoço (quem tem jornada de 6 horas e tiver de fazer hora extra terá intervalo de almoço de 30 minutos e não de 1 hora como determina a lei), entre outros.

Quanto à cláusula de gratificação de função, que prevê 55% de comissionamento, somente em caso de ações trabalhistas futuras e caso se descaracterize o comissionamento, reconhecendo como devidas as horas extras, será descontado em execução o que já foi pago. Isso já tem sido praticado pela Justiça trabalhista em algumas ações em andamento. A mudança não impacta os trabalhadores ativos, tampouco nas ações anteriores à assinatura do acordo.

Outra conquista foi a possibilidade de parcelar em até três vezes o adiantamento de férias, que atualmente é descontado integralmente no mês posterior ao descanso.

As demais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) foram mantidas e têm validade de dois anos, entre 2018 e 2020. Para 2019, ficou garantida a reposição da inflação com 1% de aumento real.

Magaly Fagundes, presidenta da Fetrafi-MG/CUT, destacou que a força dos trabalhadores conquistou aumento real e a manutenção de todos os direitos por dois anos. “Os financiários de Minas Gerais realizaram uma campanha salarial vitoriosa frente a uma conjuntura desfavorável, o que prova a força e organização da categoria. Agora, vamos às assembleias para que os trabalhadores financiários de Minas Gerais possam avaliar a proposta conquistada na mesa de negociação”, afirmou.

“Foi um processo negocial bastante complexo, com diversos pontos de divergências, mas conseguimos chegar a um consenso, no qual o maior beneficiado é o trabalhador”, relatou Marco Aurélio Alves, representante do Sindicato dos Bancários de BH e Região nas negociações.

Para garantir a sustentabilidade da luta, a Fetrafi-MG/CUT e os sindicatos negociaram também uma contribuição negocial de 1,5% nos salários e PLR. O teto para o desconto nos salários é de R$ 250,00 e na PLR de R$ 200,00.
As assembleias para apreciação e deliberação dos trabalhadores deverão ocorrer, obrigatoriamente, até o dia 13 de dezembro. Os sindicatos orientam pela aprovação da proposta. Caso aprovada, a assinatura da CCT está agendada para ocorrer no dia 19 de dezembro de 2018.

Fonte: Fetrafi-MG com Seeb-Bh