Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT Nacional, abriu o segundo dia do Congresso da Fetrafi-MG falando sobre a necessidade do debate e reorganização do movimento sindical. “A direita quer um Brasil subalterno, por isso temos que nos organizar cada vez mais. A conjuntura nem sempre permite que façamos o que é necessário, mas não podemos mais adiar, temos que decidir sobre os temas estratégicos”, afirma.

E entre estes temas, ele diz que o mais importante é a crise dos sindicatos. “Dessa vez a crise é diferente das outras, agora é de sobrevivência. Alguns defendem a fusão dos sindicatos, mas isso não é simples de ser feito, eu acredito na fusão, mas é um processo de longo prazo”, enfatiza.

O secretário-geral falou também sobre a necessidade de posicionamento e definição de ações. “Queremos que cada Sindicato filiado se posicione em relação aos temas mais urgentes. Um tema fundamental é a crise das Estaduais da CUT, que estão sem recurso nenhum, porque tinham apenas o repasse nacional. Temos que definir como ela vai se sustentar. Outra crise é a dos ramos, alguns não conseguem sobreviver. Temos que definir como será a sustentação financeira do movimento. No debate do fim do imposto sindical falei muito que em qualquer país do mundo os sindicatos podem subsidiar empresas para se sustentarem. Aqui não tem isso. Há formas novas de recursos? Temos que pensar. E temos que sair do Congresso Nacional com essa decisão”, declara.

“E como vamos representar os aposentados? E os autônomos? E Microempreendedor? Vamos criar um espaço pra representar esse pessoal? E vamos trazer outras centrais para dentro da CUT? Como fazer isso de forma positiva?”, diz.

Sérgio Nobre finalizou falando dos tempos difíceis que estão por vir. “Bolsonaro pode ser maluco, mas as forças que estão por trás dele são muito poderosas. Estados Unidos, forças militares e setor econômico. O projeto de país deles é um projeto de integração subordinada aos países de maiores avanços tecnológicos. Querem entregar tudo. Não se iluda, não são bobos, nem loucos. Temos que fazer nossas mudanças, não é solução fácil”.

E chamou a todos para a ação. “O congresso nacional desse ano será o mais importante que já ocorreu, precisamos tomar decisões que nos guiarão nos próximo 30 anos, temos que assumir nossa posição”.