Afinada com o discurso genocida do governo federal, a direção do Banco do Brasil emitiu um comunicado permitindo a volta ao trabalho presencial de funcionárias e funcionários que coabitam com pessoas do grupo de risco. O banco segue a alteração da caracterização de grupo de risco, conforme a Portaria Conjunta nº 20 publicada pelo governo federal no dia 18 de junho de 2020.

A narrativa do comunicado do banco pode induzir os funcionários a acreditarem que o enquadramento de coabitantes foi tratado no Acordo Emergencial na Mesa de Negociação com os sindicatos, o que não é verdade. A decisão de chamar bancários e bancárias para aglomeração no local de trabalho foi unilateral do Banco do Brasil, expondo os funcionários ao risco de contaminação e contrariando as negociações realizadas pelas entidades sindicais.

Ainda sob esse aspecto, o BB informa que o funcionário tem apenas esta semana para readequar sua vida pessoal para o retorno ao trabalho presencial. Contudo, nem o banco e nem as dependências estão preparadas para readaptação do layout dos locais de trabalho de acordo com as orientações da OMS para receber funcionárias e funcionários.

O Sindicato dos Bancários de BH e Região é contra esta medida que expõe trabalhadores, trabalhadoras e seus familiares. Por isso, desde a publicação da nota por parte do banco, a entidade procurou a direção do BB para negociação.

No dia 22 de julho, a Comissão de Empresa dos Funcionários se reuniu com o banco, numa tentativa de explicar a situação dos bancários que coabitam com familiares do grupo de risco, e que tal medida poderia ser prejudicial à saúde de funcionárias e funcionários. Além disso, ainda há o risco à imagem do banco, ao ser responsabilizado pela contaminação e por óbitos daqui para a frente. Infelizmente, o Banco do Brasil se mostrou irredutível, mantendo o seu posicionamento de colocar mais pessoas em risco durante a pandemia.

O movimento sindical prossegue com as negociações com o BB e, nesta quinta-feira, 23, conseguiu que a Dipes interviesse junto à VIVAR para que a mesma revisse o seu posicionamento quanto à convocação geral e irrestrita. A partir disso, o Sindicato está conversando com a Gepes e a Superintendência para estabelecer critérios que levem em conta a curva de contaminação, os casos pontuais e a real necessidade do trabalho presencial. Há funcionários que estão sendo convocados para fazer, na unidade, o mesmo trabalho que fazem em home office.

Além disso, o Sindicato vai denunciar a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT), visto que o Banco do Brasil está promovendo aglomeração de pessoas sem necessidade.

Assim, a entidade reafirma sua disposição de continuar na luta pela preservação da saúde funcionários, funcionárias e seus familiares, cobrando as medidas necessárias para proteger a saúde e a vida.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região